quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Nu em mim mesmo

Despi-me...
Totalmente!
Rasguei as vestes do conhecimento.
Joguei fora muito...
Não há prévios conceitos
Não há aquele
Não há este
Não há o "ser"
Não há o "nada"  (nem mesmo Sartre me convenceria)
Estou nu em mim mesmo.
Há a liberdade
Nu, livre...
Sem corpo
Sem alma
Sem física
Sem metafísica
Apenas nu em mim mesmo.
Porém livre
Nu, livre...
E que as vestes venham
Aquecer todos os corpos
Que por baixo delas
Todos são nus, livres
Como um esqueleto
Igual a todos
Não há "ser"
E não há "nada"
Apenas nus em nós mesmos.

Best to beat

Após estados catatônicos...
Após beat... Esquivando-se do pânico
Após o mundo natural
Todo o esquema espiritual
Após ser eu, mas um novo eu.
Há a beatitude.

Não...
A loucura ainda não me destruiu
Não como dissera Ginsberg.

Sim...
Talvez me sinta um vagabundo iluminado
Assim como dissera Kerouac

Mas não...
Um novo tipo de iluminação!

Mas sinto o blues...
Sinto isto tudo na vida...
Aprendemos a gostar do gosto amargo.

Pois, no estado catatônico...
Torna-se doce.

Nas caronas espaciais
Conheci mundos individuais.

Pisei onde heróis pisaram
Não me sinto um herói, sei que não sou.

Mas sim, sinto algo em mim
Um toque secreto.

Um hit por beat
Uma beatitude.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012


30/09/2012   20:00  (Alaska, Fairbanks)

MUNDO REAL VS MUNDO FANTÁSTICO

            Uma boa noite a todos, meu nome é Demétrio e iniciarei esta palestra de hoje a noite falando acerca de misticismo e realismo, de como o mundo mágico está presente em nossa realidade.
            Toda boa realidade se baseia na terra, é aqui, nesta terra de misérias, ilusões, riquezas e perfeições que minha história se inicia. Há quem não acredite, mas toda a mística, crença e cultura se embebeda do realismo, neste realismo estamos inclusos e, por meio de símbolos e todos os recursos da nova geração, existimos misticamente.
            O que quero dizer com isto¿ Irei explicar com este fato que me ocorreu há cerca de dois anos atrás:
            Estava eu, em minha pequena e pacata cidade, caminhando para mais um dia de trabalho. Um trabalho simples, porém pesado, com capacidade de me deixar cansado ao final da tarde para desejar apenas descansar e mais nada. Minha vida se resumia a isto: trabalhar e descansar. Fora contratado com êxito em uma grande empresa de minha cidade, meu serviço se resumia a checar o peso das partes lenhosas de árvores que nos vinham, conferir se estavam estas úteis para comércio de mobílias ou não. As que não estavam, vendíamos para pequenas empresas de molduras.
            Não tinha esposa, não tinha filhos. Meus pais moravam na capital e eu era totalmente só em minha jornada da existência. Mas dizem que sempre, um dia, uma hora...., a pessoa certa, o tempo certo há de mudar todo o rumo, seja quem ou quando for, algo muda.
            Não que eu fosse o cara certo, pelo modo de vida que eu tinha: trabalhando o dia todo, apenas chegava em casa, bebia minha cerveja, devorava qualquer porcaria e, quando não tinha preguiça, tomava banho.
            Mas dizem que um dia, uma hora... As coisas mudam.
            Pois assim estava eu, assistindo meu querido futebol, comendo minha pizza e tomando minha cerveja. Uma chuva não desejada despenca do céu e a luz se acaba, pensei: "um raio deve ter atingido um poste da rua, maldição, vou perder o futebol!". Mas quando olhei da janela de meu velho apartamento com aluguel atrasado, notei que a cidade toda estava às trevas. Pensei: "maldito apagão!"
            Não me restava nada a não ser terminar minha pizza e cerveja e...Dormir, claro. Não havia segredos ou inspirações, se resumia a simplesmente isto. Pois me deitei e fechei os olhos. Porém, estrondos irritantes não me permitiam alcançar o mundo dos sonhos. Pensei: "malditos vizinhos!".
            Levante-me para o corredor e dizer que eles estavam incomodando, abri minha porta para o corredor, mas a luz, há, a maldita luz...Me cegou! E eu caí, eu senti, sim, eu senti a gravidade, senti o vento me contornando de baixo para cima, eu estava caindo, cego em toda aquela luz. Pensei: "malditos sejam os técnicos que não arrumaram o elevador!".
            Porém não se tratava de elevador ou algo do gênero, pois eu continuei caindo e caindo, e não enxergava o que quer que seja. Foi então que depois de todo o desespero, eu parei...Parei suspenso no ar, ou algo assim (impossível conseguir definir esta sensação) e a luz, a luz virou escuridão.., digo...Ao invés de cegueira branca, tudo era escuridão. Neste momento eu não estava calmo e tranquilo, eu como bom cidadão fiz o que deveria ser feito: gritei loucamente e tentei correr desesperado perguntando o que estava acontecendo, mas correr era impossível, e muito menos gritar, pois minha voz sequer conseguia sair, senti como se minhas cordas vocais estivessem sendo travadas.
            Após o desespero de não poder se mover e nem ao menos falar, passei a aceitar meu destino, acreditei estar morto e que esta seria a vida após a morte: o nada. Pensei: "e eu que rezara tanto nesta vida". Mas então ouço um som indescritível e perturbador, um ruído que faz com que a pessoa deseje a própria morte. Tentei gritar... Em vão. Foi então que ele apareceu. Até hoje não entendo o motivo de ele ter aparecido para mim, de ter escolhido eu, um homem com uma vida simples e indesejada. Poderia ser qualquer outra pessoa, mas por que eu¿ Ele nunca respondera esta pergunta.
            - Tu não és mais um simples mortal agora, tu, escória, serás escravizado e torturado. - disse ele.
            E como ele disse, fui escravizado e torturado. Carregava pilhas de pedras quentes todos os dias, era multilado e esquartejado todos os dias. Arrancaram meus olhos, arrancaram meu fígado, arrancaram meu coração. Me fizeram comer meu próprio cérebro.
            No outro dia..., eu estava completo, sempre. Sofria todos os dias uma tortura nova e no outro dia me reconstituíam. Eu não poderia saber se estava sonhando, mas preferi acreditar que sim, pois aceitar esta realidade seria de fato a agonia eterna.
            Porém resolvi aceitar meu destino, após todas as torturas. Até eles mesmos começaram a perder a criatividade, não sabiam o que fazer comigo mais, eu não me importava. Comecei a sorrir durante as torturas, não sofria mais, o que os deixava mais furiosos e violentos, mas isso não me pesava mais também.
            Quando ele soube de minhas reações, veio pessoalmente me torturar, com novos métodos. Mas não adiantava rasgar-me, mastigar-me, queimar-me, enterrar-me "vivo". Seus métodos se tornaram inúteis e eles não sabiam mais o que fazer. Quando ele chegou a esta conclusão veio até mim.
            - Escória! Tu zombas de mim, tu zombas de Lúcifer! Apenas um demônio como tu podes ser meu soldado. Tu liderarás minha fronte de combate na eterna guerra que temos contra os Anjos celestes. Se tu aceitas tão bem vosso destino, irás aceitar este igualmente. Vá escória, pegue sua espada de fogo infernal e corte cabeças celestiais!
            E foi o que fiz, peguei uma espada que aparentava uma espada normal, mas descobri que não era nada normal, as espadas infernais podiam matar anjos e as celestiais matavam demônios, as maiores armas contra nossa 'imortalidade'.
             Liderei um exército de demônios contra alguns anjos, nosso campo de batalha era a própria terra, onde os humanos vivem tão solitários. Torturei e decepei anjos, eu não me importava com o que fazia, eu aceitei meu destino, e neste destino estavam as maiores crueldades possíveis.
            Mas um dia, uma hora...As coisas mudam para os demônios igualmente¿ Não sei dos traços que o destino faz, nunca saberei, mas sei que são um tanto quanto estranhos.
            O tempo na eternidade é totalmente diferente dos humanos, é incontável, um minuto humano é quase como um ano na eternidade. E  em um desses anos liderando um exercito sanguinário de demônios que travei a maior batalha de minha vida. Uma anja de habilidade incrível com sua espada celestial. A batalha fora densa, perdi muitos de meus demônios e quando notei isto minha guarda já estava caída. Senti a espada cortar meu tórax em diagonal, sorte deixar apenas uma cicatriz. O golpe deixara-me desnorteado e então vieram vários anjos e me espancaram, eles me raptaram. Um carniceiro, um demônio podre e indiferente em meio a anjos.
            Abri meus olhos, lá estava ela, olhando para mim, se eu não fosse um demônio diria que sua beleza era... Celestial! O que obviamente era, pois ela era um anjo. Ela me perguntou então o motivo de toda esta destruição, explicou que os anjos lutavam apenas para defender os humanos, que eram os que mais sofriam tendo a terra como campo de batalhas, ela simplesmente não conseguia entender o motivo de tanto mal. E tudo que eu soube responder fora: "eu não sei".
            Ela então colocara aquelas macias mãos em minha face horrível, abrira meus olhos e olhou diretamente para mim, eu não conseguia parar de encará-la, ela era maravilhosa.
            - Aceitar o destino é um grande passo, um passo de honra para qualquer criatura que exista, nem todas são tão fortes para isto. Mas um dia, uma hora... As coisas podem mudar, nem tudo é apenas aceitação.
            Ela abrira minha mente, ela era um anjo rebelde e eu um demônio obediente, o destino realmente age de maneira estranha. Ela me soltou, porém o máximo que pude fazer fora ajoelhar diante dela,  tudo mudara para mim.
            E então, de demônio, aprendi o idealismo angelical, aprendi a dar valor aos humanos e cada dia mais passava ao lado daquela anja maravilhosa. Por ela ser rebelde e eu obediente, não entendo, mas algo aconteceu. A anja, moradora dos céus e puro ser, e o demônio infernal causador de dores e agonias, se apaixonaram. E passaram vários momentos juntos pensando em teorias sobre demônios e sobre anjos, sobre o bem e sobre o mal. Porém os superiores dela descobriram e proibiram nosso amor, mandaram-me de volta para o inferno. Porém, no inferno não me aceitaram, pois nenhum demônio volta de mãos vazias, então fui exilado. Vaguei na terra por tempos pensando, e, como de costume...Aceitei meu destino.
            E nestas caminhadas reflexivas, certo dia me encontrei com ela, a anja que mudara minha vida. Porém, o que sou, senão uma escória¿ E foi isto que esclareci para ela, que era um demônio, que sou puro mal e ela puro bem. E eu jamais iria querer machucar ela, então a deixei ir. E como uma alma penada e solitária, parti para o frio reino do purgatório.
            Estudando e conversando com as almas penadas, com estes sofridos seres sem destino, descobri a dor, percebi toda a existência em um geral. Todo o mundo e todas as criaturas. Foi então que não apenas encarei  destino, como superei-o ao compreendê-lo.
            E foi então que acordei no hospital após um coma alcoólico, foi então que olhei para o lado, ela, a anja, me esperando sentada e chorando.
            - Por mais que você tenha suas más atitudes, meu amor por ti continua maior que qualquer mal ou bem, você pode superar seu destino, você pode compreender isto, eu acredito nisto - disse ela em meio a lágrimas.
            Foi então que levantei, eu não era um demônio, nunca fora. Mas toda esta história se passou para explicar a realidade de todo o místico. Eu encarei o demônio dentro de mim, eu vivi em meio a demônios, anjos e almas penadas, eu vi a realidade do mundo, eu me aceitei como um ente mal mas agora percebo que não somos apenas estas criaturas, somos mais do que humanos e podemos superar nossos destinos. Nós somos nossa própria revolta, nossa própria construção e não meros humanos, se lideramos nosso exército de bem ou mal dentro de nossas mentes é porque permitimos isto, mas podemos desafiar qualquer destino e superar.
            Esta é, basicamente minha história de amor, tenho muitos outras histórias de aventuras, terror e fantasia durante toda minha vida. Esta é uma importante parte de minha vida em que conheço minha amada e aprendo mais sobre como desafiar destinações ou questões de bem e mal. Não que eu seja um verdadeiro demônio e que tenha ido ao inferno, porém, a existência nesta terra, o SER humano, nos permite ser o que quisermos nas histórias, basta apenas sentir as criaturas místicas, heróis, monstros ou o que seja que já fomos em nossa existência.
            Gostaria de agradecer a todos que assistiram minha palestra, é uma honra compartilhar este momento de minha vida e se quiserem, poderei compartilhar outras histórias do mundo mágico assim que quiserem. Uma boa noite a todos!
            

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Aprender...

Pararemos e pensaremos, seja onde esivermos
Qual idade temos, quão novos somos...
Apenas uma humanidade, com toda racionalidade
E, sentados à mesa, após a reza
O pão com manteiga, a refeição leiga
O filho que chega, o cão que late
A mão que te bate...
Da estrela brilhando ao pássaro cantando
Nos vem este bem
Andar de bicicleta, chorar, sorrir, amar, sonhar, estudar, história, filosofia, biologia, matemática, línguas, artes, nadar, pular, correr, brincar...
Tudo está em aprender....
Aprender tudo.

terça-feira, 13 de março de 2012

A great history

Providenciados de camelos formosos, porém quase idosos. Com pureza na alma a juventude parte com uma atitude de Marte.
É apenas um passeio em um lugar conhecido, porém um anseio temido toma conta e as trevas se fizeram, somente as estrelas a nos guiar. Ah, quem nos dera se fossem mares a velejar.
Pois nosso dragão não era um moinho de vento, nem mesmo de furacão, para nosso tormento.
Maldita caixa d'água, destruidora de esperança rodeada de galináceos atormentando nossas lembranças.
Sem luzes, sem rumo. Desespero e cansaço. Se não fosse a velha estrada, essa abençoada que salvou os últimos passos. Passos, pois antes fosse um camelo ter quebrado a perna e percorrermos o caminho tendo de carregar o pobre coitado.
Não fomos heróis salvadores mas nos salvamos, e mais uma vez a falta de esperança torna-se uma grande lembrança.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

depoimento de um terrorista?

A máscara em um justiceiro representa seu símbolo, sua honra. Não mostrar o rosto não é sinal de covardia, considerando as milhares de facetas da grande parte da população mundial.
O próprio mundo cria seus carrascos, que saem dos lixos e da escória humana para vingar esta existência de desequilíbrio social, racional e etc etc.
Vivenciamos uma moral legalizada e abalada por um sistema falho.
Os heróis ou anti-heróis mostram-se necessários para que a medíocre população acomodada se incomode até mesmo com eles.
Um herói não apenas salva a donzela. Ele a guia de volta a sua casa.
Ele não apenas se faz necessário para salvar e proteger o povo, mas guiá-los onde devem ir, a morada de seus corações.
Precisamos destes  heróis para nos mostrar uma moral mais apreciativa, menos degenerativa e um sistema harmonioso.
Não são mandantes de moral, não são os reis éticos que nos querem impor o que fazer. Mas os justiceiros mascarados que fazem o que é necessário para limpar o mal e trazer um maior equilíbrio social, racional e etc etc.
Personagens da terra, criados pelo ódio e  pela dor, que destroem o que os construíram.
Explodir, matar, trucidar.
Salvar, resgatar, acalmar.
A ação que importa se dá  no final, num jogo de matemática onde + felicidade = bom e - felicidade = ruim. Levando em conta a maioria das pessoas envolvidas. Um utilitarismo clássico acrescentado a HQ.
Coloquemos nossas máscaras diante das mil faces.
Salvemos o que um dia já fora chamado de inocência.
Matem o comodismo, coloquem na cadeia.
Explodam seu símbolo sistemático degenerativo.
Tornem-se seus próprios heróis!
Minha percepção detecta algo além da natureza empírica. Chamarei de vigésimo sentido, mesmo sem saber quais seriam ao certo os outros 14.
Se é sangue em minha camisa, não sei, não me importo. O anti-herói pára apenas quando sabe que seu inimigo não irá incomodá-lo mais.
Pura destruição, pura sede de sangue.
Meus passos se dirigem a um interessante mundo acomodado. Vejo a beleza das pessoas, vejo o sentido que elas levam para suas vidas maravilhosas.
Carrego em minha mão apenas uma lâmina, apenas este objeto que condena o destino das pessoas deste mundo simpático.
Não pedi simpatia, pedi verdade